Fui ao Porto e para não quebrar a tradição, voltei a apaixonar-me. Rendi-me ao S.João. Entrei no espírito e senti-me em casa. A magia dos balões a preencherem o céu, a folia das pessoas, as cores, os martelinhos e a felicidade a espreitar em casa esquina. A simplicidade dos pequenos bairros, a receção das pessoas que nos tratam como se fossemos vizinhos, o genuíno dos palavrões e a sensação de nos revivermos numa portugalidade que é tão bonita e tão pura. Uma noite no ano em que não há crise, nem desemprego e em que milhares de pessoas se unem para celebrar tudo o que ainda temos de bom. Uma noite em que há esperança. Esperança no verdadeiro sentido da palavra. Aquela que não nos é imposta mas que simplesmente nasce por entre aquele turbilhão de sensações boas. Uma noite em que nos sentimos mais próximos dos outros e também de nós mesmos. Volto, mas já com vontade de agendar a próxima ida, porque nada é mais gratificante do que quando encontramos uma casa longe da nossa casa. Volto mas de coração cheio e já saudosa do meu querido, Porto Sentido.